Uma viagem única pela casta Avesso.

Cazas Novas - O início.

Em Santa Marinha do Zêzere, Baião, no sudeste da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, já em pleno vale do Douro, nasce o projeto Cazas Novas, propondo uma viagem única pelo estudo e interpretação de uma das mais entusiasmantes castas brancas portuguesas – o Avesso.

O nome Cazas Novas é inspirado numa das centenárias quintas onde a família Cunha Coutinho acumula aquela que é, em plena sub-região de Baião, a maior área dedicada ao encepamento desta casta branca portuguesa. No total, um tesouro de 24 hectares, concentrados na área considerada como palco excelência para a expressão desta variedade tão exclusiva.

Em zona de transição entre os Vinhos Verdes e o Douro, e já com o rio como influência e pano de fundo, as vinhas de encosta, em solos de granito, enfrentam amplitudes térmicas elevadas, num terroir de excelência para a casta Avesso, originando vinhos únicos, sem paralelo em qualquer outra região, que se caracterizam pela sua frescura e mineralidade, mas igualmente pelo potencial de evolução.

História

A inspiração para o projeto e para a marca Cazas Novas tem origem na Quinta das Cazas Novas, emblemática propriedade localizada em Santa Marinha do Zézere, Baião, património da família Cunha Coutinho há sete gerações.

Num concelho de forte vocação agrícola, também a família Cunha Coutinho desde sempre preservou a ligação à terra, promovendo o cultivo do amendoal, da cerejeira e dos cereais, conjugados com a tradição local da vinha.

Nos últimos anos, e na sequência da aposta crescente na casta Avesso, a viticultura conquistou importância central. Hoje, a maior área da vinha surge numa segunda propriedade familiar, a também emblemática Quinta de Guimarães, adquirida pela família há 150 anos e, desde 2005, igualmente com valência de turismo rural (potenciando toda a beleza e imponência do seu edifício solarengo, característico da época barroca portuguesa).

Com a Quinta das Cazas Novas, a Quinta de Guimarães e ainda duas outras propriedades debruçadas sobre o Douro, a Quinta do Adro e Quinta das Tias, a família Cunha Coutinho agrega um património florestal e agrícola superior a 100 hectares, dos quais 24 são dedicados exclusivamente à viticultura da casta Avesso.

O primeiro vinho engarrafado surgiu em 2008, com a curiosa soma de 3333 garrafas. A partir de 2011, já com o apoio do enólogo Diogo Lopes e de Vasco Magalhães, desencadeou-se o estudo da casta Avesso e a base para o atual projeto vitivinícola, que envolve uma parceria a quatro empreendedores: Carlos Coutinho (gestão agricola e financeira), Diogo Lopes (enologia e viticultura), Vasco Magalhães (gestão comercial e marketing) e André Miranda (produção e gestão).

O Avesso.

É uma variedade icónica no sudeste da Região dos Vinhos Verdes, que encontra na sub-região de Baião o seu campo de expressão mais vasto, mais genuíno e de maior qualidade. Aí, já no Vale do Douro e nos solos pobres que marcam as vinhas de encosta, o Avesso apresenta-se como uma casta vigorosa, apreciadora do clima seco, dos invernos frios e dos verões muito quentes. 

Em função do tempo de colheita, as uvas da casta Avesso podem demonstrar atributos de grande expressão aromática, acidez, frescura ou concentração, revelando enorme potencial enológico para vinhos mais jovens ou para vinhos com capacidade de envelhecimento.

Por entre o vasto património de castas brancas portuguesas, a variedade Avesso é mais uma que desperta grande curiosidade. O seu nome é ele próprio um enigma, sugerindo uma ideia de aversão ou hostilidade a algo. A casta não está entre as mais produtivas e, é um facto, fora do seu terroir de excelência, a viticultura não é fácil. Também por aí se define a sua exclusividade.

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